Podem usar quaisquer argumentos quiserem, mas não há como dizer que Tony Stockman não foi o melhor jogador do Assis Basket no NBB3. O cara é o 8º cestinha da competição, com média de 18,5 pontos. Pra se ter noção, ele está a frente de jogadores como Fischer e Taylor (Bauru), Arthur (Brasília) e do MVP do Jogo das Estrelas, Robert Day (Uberlândia). Tony também é o cara que mais dá assistências no time de Assis, com 3,2 por jogo. Além disso, para um jogador que passa tanto tempo com a bola na mão, ter apenas 1,6 erros por jogo é um excelente número, sendo que caras como Nezinho, Fúlvio, Valtinho, Shammel e Marcelinho Machado estão bem a frente do armador norte-americano.
Os números não mentem, mas também não dizem toda a verdade, já dizia o filósofo. Que seja. Sem levar em conta os números, Tony também foi o principal jogador do time na temporada. Talentosíssimo no 1 contra 1, com um bom arremesso de três pontos, e uma visão de jogo considerável, o camisa 5 foi protagonista em quase todos os jogos de razoáveis apresentações, sem falar que foi essencial nas cinco vitórias asssisenses no NBB3. Se foi individualista, não se omitiu em um time recheado de jogadores jovens.
Mesmo assim, parece que o cara não caiu definitivamente nas graças de todos. Parte da torcida o acusou de fominha e de falhar em momentos decisivos. Eu mesmo já reclamei de precipitações de Tony, como nos jogos contra o Minas, São José e Franca. Mas também cabe ao técnico conter certos ímpetos, e quando isto aconteceu, o jogador melhorou.
O abusrdo maior foi ouvir críticas em relação a uma eventual omissão do jogador na reta final da primeira fase do torneio nacional. Tony levou uma "paulistinha" na partida contra São José dos Campos na rodada 10 do segundo turno, e foi vetado pelo departamento médico nos jogos seguintes. Mesmo assim, parte da torcida, e até mesmo pessoas que integram o projeto Assis Basket criticaram a postura do jogador, que no aquecimento da partida contra Araraquara mostrava dificuldades em fazer certos movimentos, mas ainda sim levantaram a absurda hipótese do "migué" por parte do atleta.
Detesto jornalista que se pauta pelo twitter, mas, especificamente neste caso, vale o registro de que a esposa de Tony demonstrou chateação em seu microblog com algumas críticas feitas ao seu marido. Partilho da mesma opinião de Brittany, acho que a maioria é injusta.
Tenho alguns motivos para acreditar que Tony Stockman não jogará o campeonato paulista por Assis. Os motivos, por enquanto, são meramente baseados em impressões particulares, mas de todo modo acredito que aconteça com ele o mesmo que aconteceu com Mark Borders: uma proposta melhor de outro time brasileiro.
Não que a situação tenha chegado ao mesmo ponto - até porque o basquete não causa mais tanta mobilização em Assis - , mas vale lembrar que já picharam um muro em frente ao Jairão com ofensas a Nezinho, além de terem discutido com familiares do mesmo armador em um supermercado da cidade, durante a passagem dele por aqui, em 2008. Prova de que, nos momentos ruins, sempre sobra pra quem menos merece.