O Clube Campestre divulgou uma nota. Vinicius Simili falou. O clube usou alguns parágrafos para responsabilizar. A Autarquia Municipal de Esportes usou quase 25 minutos para rebater.
Em mais um capítulo do embate político que fez ruir o basquete assisense, o presidente da AMEA, visivelmente tenso, rebateu todas as acusações que responsabilizaram o poder público pela suspensão das atividades do Assis Basket.
Na entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira, Simili disse que a saída de um grande patrocinador foi a real causa da ausência do time dos próximos campeonatos. O patrocinador seria o Banco Santander, mas AMEA, tampouco o Clube Campestre, confirma oficialmente o nome do mecenas, pois é de praxe a empresa fomentar o esporte em algumas cidades nas quais cuida das contas do funcionalismo público municipal sem divulgar tal atividade.
Tão veemente quanto a nota oficial divulgada pelo Campestre, foi o discurso do presidente da AMEA. A diferença (principalmente em termos de estratégia política) está na satisfação dada aos torcedores/munícipes: nota vs coletiva.
Os principais trechos da entrevista estão abaixo.
Motivo do fim do Assis Basket
"A AMEA nunca iria acabar com o projeto do basquete. A AMEA não tem a responsabilidade de acabar com uma modalidade. Temos a obrigação de fomentar todos os bons projetos que chegarem até nós. O que precisávamos era rever o custo do basquete para o município, que girava em torno de R$50 mil por mês. Percebemos a necessidade de rever os custos justamente para contemplar outras modalidade esportivas que também dependem da AMEA. Até mesmo o mau desempenho do time nas últimas competições nos trouxe a ideia de rever os custos, mas sequer chegamos a colocar os valores em discussão com a diretoria do Clube Campestre justamente porque alguns patrocinadores deixaram de apoiar o Assis Basket.
O principal motivo pela paralisação do projeto foi que uma empresa que destinava uma certa quantia ao Assis Basket deixou de patrocinar a equipe."
Mecenas misterioso (?)
"Eu não sei se é o Santander, e eu não posso responder por aquilo que eu não sei. Era um patrocínio que não aparecia na camisa, por isso eu respondo apenas pelo que diz respeito à AMEA."
Sobre a nota oficial do Clube Campestre
"Trouxe certo desconforto tendo em vista o teor da carta aberta à imprensa. Fomos procurados na semana passada para falar sobre os reais motivos do fim do basquete, mas preferimos esperar o presidente do Campestre voltar de uma viagem para que pudéssemos realizar essa entrevista coletiva juntos. Para nossa surpresa, o Campestre divulgou uma nota dizendo que a AMEA havia interrompido, sem aviso prévio, o repasse de verba ao Assis Basket. Isso é uma irresponsabilidade com a AMEA, pois jamais foi dito que interromperíamos o apoio ao basquete. Fiquei extremamente chateado com a divulgação da nota."
Último contato com a diretoria do Campestre
"Foi na apresentação do técnico Té Barbosa. Foi quando estive na TCM [empresa de Joaquim Carvalho da Mota Júnior, presidente do Clube Campeste] para tentar alinhavar algumas coisas, mas como havia a apresentação do técnico ficamos de conversar posteriormente. Mas não houve uma conversa sobre a redução de gastos da AMEA com o basquete. Apenas na quinta-feira retrasada houve uma reunião com diretores do clube onde comunicaram internamente que a equipe não disputaria o campeonato paulista 2011".
Ausência na apresentação de Té Barbosa
"Eu fui convidado para a apresentação do treinador, mas tive que ir até Marília para cuidar da situação de regularização do Estádio Municipal Antonio Viana Silva junto ao Corpo de Bombeiros. Acho que tínhamos que ter conversado para depois fazer uma apresentação, mas o Campestre dicidiu seguir adiante, então fica a cargo do clube responder por isso."
Salários atrasados
"Nós temos uma demanda referente ao mês de abril, mas em de maio pretendemos fazer o repasse do dinheiro do 'Bolsa-Atleta'[Cada jogador recebia R$2.550 por mês da AMEA via 'Bolsa-Atleta'] que está atrasado. O que era de responsabilidade da AMEA já está regularizado. No começo da próxima semana o repasse da bolsa deverá ser quitado."
Relação Vôlei Feminino x fim do Assis Basket
"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O vôlei era um projeto que vinha sendo formatado desde 2010. Com ou sem o fim do basquete o vôlei iria acontecer em Assis. A AMEA entende que não havia nenhuma modalidade feminina em Assis para servir como espelho para as meninas. Inclusive os valores investidos no nosso time de vôlei são muito menores que o do time de basquete. Para se ter noção, enquanto pagávamos R$ 3 mil de taxas de arbitragem em cada jogo do NBB, uma arbitragem de vôlei da Federação Paulista fica em R$ 450 reais."