quarta-feira, 25 de maio de 2011

O outro lado da moeda - Entrevista de Vinicius Simili

O Clube Campestre divulgou uma nota. Vinicius Simili falou. O clube usou alguns parágrafos para responsabilizar. A Autarquia Municipal de Esportes usou quase 25 minutos para rebater.


Em mais um capítulo do embate político que fez ruir o basquete assisense, o presidente da AMEA, visivelmente tenso, rebateu todas as acusações que responsabilizaram o poder público pela suspensão das atividades do Assis Basket.

Na entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira, Simili disse que a saída de um grande patrocinador foi a real causa da ausência do time dos próximos campeonatos. O patrocinador seria o Banco Santander, mas AMEA, tampouco o Clube Campestre, confirma oficialmente o nome do mecenas, pois é de praxe a empresa fomentar o esporte em algumas cidades nas quais cuida das contas do funcionalismo público municipal sem divulgar tal atividade.


Tão veemente quanto a nota oficial divulgada pelo Campestre, foi o discurso do presidente da AMEA. A diferença (principalmente em termos de estratégia política) está na satisfação dada aos torcedores/munícipes: nota vs coletiva.


Os principais trechos da entrevista estão abaixo.



Motivo do fim do Assis Basket

"A AMEA nunca iria acabar com o projeto do basquete. A AMEA não tem a responsabilidade de acabar com uma modalidade. Temos a obrigação de fomentar todos os bons projetos que chegarem até nós. O que precisávamos era rever o custo do basquete para o município, que girava em torno de R$50 mil por mês. Percebemos a necessidade de rever os custos justamente para contemplar outras modalidade esportivas que também dependem da AMEA. Até mesmo o mau desempenho do time nas últimas competições nos trouxe a ideia de rever os custos, mas sequer chegamos a colocar os valores em discussão com a diretoria do Clube Campestre justamente porque alguns patrocinadores deixaram de apoiar o Assis Basket.

O principal motivo pela paralisação do projeto foi que uma empresa que destinava uma certa quantia ao Assis Basket deixou de patrocinar a equipe."



Mecenas misterioso (?)

"Eu não sei se é o Santander, e eu não posso responder por aquilo que eu não sei. Era um patrocínio que não aparecia na camisa, por isso eu respondo apenas pelo que diz respeito à AMEA."


Sobre a nota oficial do Clube Campestre

"Trouxe certo desconforto tendo em vista o teor da carta aberta à imprensa. Fomos procurados na semana passada para falar sobre os reais motivos do fim do basquete, mas preferimos esperar o presidente do Campestre voltar de uma viagem para que pudéssemos realizar essa entrevista coletiva juntos. Para nossa surpresa, o Campestre divulgou uma nota dizendo que a AMEA havia interrompido, sem aviso prévio, o repasse de verba ao Assis Basket. Isso é uma irresponsabilidade com a AMEA, pois jamais foi dito que interromperíamos o apoio ao basquete. Fiquei extremamente chateado com a divulgação da nota."


Último contato com a diretoria do Campestre

"Foi na apresentação do técnico Té Barbosa. Foi quando estive na TCM [empresa de Joaquim Carvalho da Mota Júnior, presidente do Clube Campeste] para tentar alinhavar algumas coisas, mas como havia a apresentação do técnico ficamos de conversar posteriormente. Mas não houve uma conversa sobre a redução de gastos da AMEA com o basquete. Apenas na quinta-feira retrasada houve uma reunião com diretores do clube onde comunicaram internamente que a equipe não disputaria o campeonato paulista 2011".


Ausência na apresentação de Té Barbosa

"Eu fui convidado para a apresentação do treinador, mas tive que ir até Marília para cuidar da situação de regularização do Estádio Municipal Antonio Viana Silva junto ao Corpo de Bombeiros. Acho que tínhamos que ter conversado para depois fazer uma apresentação, mas o Campestre dicidiu seguir adiante, então fica a cargo do clube responder por isso."


Salários atrasados

"Nós temos uma demanda referente ao mês de abril, mas em de maio pretendemos fazer o repasse do dinheiro do 'Bolsa-Atleta'[Cada jogador recebia R$2.550 por mês da AMEA via 'Bolsa-Atleta'] que está atrasado. O que era de responsabilidade da AMEA já está regularizado. No começo da próxima semana o repasse da bolsa deverá ser quitado."


Relação Vôlei Feminino x fim do Assis Basket

"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O vôlei era um projeto que vinha sendo formatado desde 2010. Com ou sem o fim do basquete o vôlei iria acontecer em Assis. A AMEA entende que não havia nenhuma modalidade feminina em Assis para servir como espelho para as meninas. Inclusive os valores investidos no nosso time de vôlei são muito menores que o do time de basquete. Para se ter noção, enquanto pagávamos R$ 3 mil de taxas de arbitragem em cada jogo do NBB, uma arbitragem de vôlei da Federação Paulista fica em R$ 450 reais."

Vinicius Simili vai falar

Em instantes, às 11h, Vinicius Simili (foto), presidente da Autarquia Municipal de Esportes de Assis - AMEA - dará uma entrevista coletiva na sede da entidade.


Apontado com um dos principais responsáveis pela suspensão das atividades do Assis Basket, Simili deve expor a versão da administração pública para a crise da parceria AMEA/Clube Campestre, e esclarecer de vez se o município cortou ou apenas pensava em diminuir o aporte financeiro ao basquete assisense.


A entrevista coletiva deve ser mais um capítulo da conturbada situação política de Assis que foi ainda mais inflamada pela nota oficial sobre a interrupção das atividades do Assis Basket, onde o Clube Campestre culpou a AMEA pelo ocorrido.


A atitude de Simili de falar ao público é louvável. Dá ares de transparência no trato com os apaixonados pelo basquete da cidade. Vale ficar atento ao conteúdo do discurso e saber realmente quem tem mais culpa no cartório, ou se AMEA e Clube Campestre têm a mesma parcela de contribuição para o triste momento do esporte de Assis.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quando o fim é só o começo

O fim do Assis Basket não foi anunciado da maneira como era esperado por todos. Ao invés de uma entrevista coletiva com representantes da Autarquia Municipal de Esportes - AMEA - e Clube Campestre (os dois "comandavam" o projeto, certo?) uma nota oficial sem a assinatura do presidente do clube foi enviada à imprensa.


A falta do nome do presidente Joaquim Carvalho da Mota Júnior no rodapé da nota causou estranheza, mas um outro fator tem grandes chances de fazer com que a "Guerra Fria" entre os grupos do vice-prefeito João Rosa (Clube Campestre) e do prefeito municipal Ézio Spera (AMEA) esquente de vez. No comunicado oficial o clube alega que "apesar de nossos esforços diuturnos, o apoio, de extrema importância, que recebíamos da Autarquia Municipal de Esportes, foi interrompido sem aviso prévio, impossibilitando nossas ações de buscas novos patrocinadores, haja visto as datas de início dos campeonatos". Isso significa que o Clube Campestres, de maneira oficial, culpa a falta de apoio da administração municipal pelo fim (ou interrupção, como queiram) do Assis Basket.


Tenho certeza que o presidente da AMEA, Vinícius Guilherme Símile, não irá gostar nada de ser apontado como vilão da história, mesmo que seja coadjuvando o prefeito Ézio Spera. Ainda mais porque circula a informação, extraoficialmente, de que na verdade a AMEA não cortou seu aporte ao basquete, mas sim que uma instituição financeira que não tem seu nome divulgado, mas que vem arcando com uma boa parte das despesas do Assis Basket, interrompeu integralmente seu repasse à modalidade. Com a carta da isenção na manga, a administração pública deve se pronunciar nos próximos dias, e aí o embate político terá mais um forte episódio, tal qual o discurso do vice-prefeito na câmara municipal, em março de 2011, explicando os motivos de seu rompimento com o prefeito Ézio Spera.


O fim do Assis Basket está bem longe de ser o fim das rusgas que polarizaram a administração pública assisense. A AMEA esperava fazer parte do anúncio, mas foi apontada como vilã. O Clube Campestre, aparentemente, se eximiu das responsabilidades de não ter uma alternativa para o rompimento com o município, tampouco divulgou oficialmente a existência de seu mecenas misterioso que estaria deixando de contribuir com o time.


Como diz uma música de uma das minhas bandas favoritas, os "Strokes": "The end has no end" ("o fim não tem fim").

Assis Basket anuncia a suspensão de suas atividades

Como o Blog Gatilhaço já havia divulgado em primeira mão, o Assis Basket está encerrando suas atividades. Na tarde desta segunda-feira, por meio de nota oficial, a imprensa recebeu o comunicado.


Segue abaixo a nota.





quinta-feira, 19 de maio de 2011

Olho neles - a preocupação com a arbitragem nas finais do NBB

Logo mais, às 21 horas, Brasília e Franca entram em quadra na capital federal para o início da decisão do NBB3. Muita coisa pode ser dita, muitas análises podem ser feitas, mas prefiro deixar as questões técnicas, táticas, os duelos particulares e as rivalidades para outros blogs prá lá de competentes como o Rebote, o Giro no Aro e o Draft Brasil, por exemplo.


De minha parte, prefiro abordar um tema que motivou uma conversa minha com o amigo Fábio Balassiano, do Bala na Cesta, poucos dias atrás, via twitter: a arbitragem.


Pra começo de conversa já deixo claro que acho a arbitragem do basquete brasileiro muito ruim, e que o fato de termos juízes apitando finais de torneios internacionais não mudam minha opinião pelo simples fato de um mesmo árbitro apitar com critérios diferentes no campeonato paulista, no NBB e em torneios FIBA. É algo muito semelhante ao que ocorre com os homens do apito do futebol brasileiro.


Os critérios que mudam de acordo com o "distintivo" do torneio já são irritantes. Porém, a mudança de critérios dentro de um mesmo cotejo incomoda mais ainda. Os juízes brasileiros - e nesse ponto não há exclusividade tupiniquim - apitam de um modo durante 35 minutos de jogo e de outra forma nos cinco derradeiros. Sem falar que um contato ínfimo do defensor no homem da bola é punido com falta, a não ser que estejamos a poucos segundos do fim do jogo ou de um período. Nesse caso vale puxão de camisa, tapa no braço e arranhão.


Muito se fala, aliás, sobre a arbitragem brasileira "não deixar defender". Já vi e ouvi blogueiros dizendo isso, e até concordo. Porém, a ausência de critérios aparece até nesse caso. O jogo de hoje será uma boa oportunidade de repararmos como os contatos no homem da bola são rapidamente punidos com falta, atrapalhando quaisquer iniciativas de se defender agressivamente. Por outro lado, situações de bloqueio no atacante sem bola são um "Deus-nos-acuda". Os juízes são permissivos com acintosos agarrões, muito mais notórios para quem assiste ao jogo no ginásio, mas que eventualmente não escapam das transmissões da TV. Alex Garcia e Helinho são mestres na técnica do agarrão.


Torço muito para que Cristiano Maranho, Fernando Serpa e Flávia Almeida façam uma boa arbitragem e desmintam os parágrafos escritos acima. Caso contrário veremos Nezinho, Alex, "Hélio pai" e "Hélio filho" reclamando o jogo todo (como isso é chato), veremos os juízes dando umas duas faltas técnicas para impor respeito, mas que logo são compensadas com uma falta do ataque na sequência (quem nunca viu isso, hein?) e tudo isso pode inflamar ainda mais os ânimos de dois times que nutrem uma rivalidade já conhecida de outros carnavais.


O que também já é conhecida é a capacidade que o basquete brasileiro tem de mostrar confusões em seus momentos de decisão. O apito responsável tem poder para acabar com essa sina.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cinco razões ...



...que indicam o fim do Assis Basket.


1 -Na sexta-feira(13/05), André Silva, pivô que renovaria seu vínculo com o time assisense, foi informado pelo preparador físico Rubens Copche que deveria desocupar o apartamento em que morava pois o time estava encerrando suas atividades.

2- Conversei no sábado(14/05) de manhã com Guilherme Filipin. O jogador foi o primeiro reforço a ser anunciado pela diretoria do Assis Basket, mas disse que na última quinta-feira já havia sido liberado para negociar com outras equipes.


3 - No domingo (15/05), ao entrar em uma lanchonete, encontrei Marcus Gil, responsável pelas ações de comunicação do Assis Basket no campeonato paulista e no NBB3. Em reações quase sincronizadas, lamentamos as notícias que davam conta do fim do Assis Basket.


4 - Outros profissionais como o mordomo Thiaguinho e o fisioterapeuta Hermano Rossi, assim como membros da diretoria do Clube Campestre, apesar de não se pronunciarem de modo oficial, já assumem abertamente que o Assis Basket não disputará o campeonato paulista 2011.

5 - Ao jornalista Reinaldo Nunes, do "Jornal da Segunda", Vinicíus Simile, presidente da Autarquia Municipal de Esportes de Assis disse que só está aguardando o presidente do Clube Campestre, Joaquim Carvalho da Mota Júnior, retornar de uma viagem para que uma entrevista coletiva seja agendada com a finalidade de explicar os "reais motivos" da extinção da equipe de basquete.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Assis Basket encerra suas atividades

Ainda é extra-oficial, mas o Assis Basket não vai disputar o Campeonato Paulista 2011 e muito provavelmente também ficará fora da quarta edição do NBB.

Os rumores que começaram a circular na comunidade do time no Orkut foram confirmados e na próxima semana uma nota oficial deve ser divulgada com explicações para o fim do projeto.


A verdade é que a crise política conseguiu dar fim ao dinheiro que chegava a equipe via Autarquia Municipal de Esportes, e quaisquer que sejam as razões alegadas é necessário que se diga que o racha entre prefeito e vice-prefeito da cidade culminou com o fim da parceria do poder público com o Clube Campestre.


O técnico Té Barbosa já foi comunicado do fim da equipe, bem como os atletas que já tinham sido anunciados, como Ricardo Gianechinne, Guilherme Filipin e Rafael Castelon.


Em breve o blog trará uma análise mais eleborada sobre o assunto. Por enquanto, só lamentações.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O dilema de Borders

O treinador Té Barbosa e a diretoria do Assis Basket compartilham um desejo: ter Mark Borders como armador titular da equipe a partir do campeoanato paulista 2011. O norte-americano já esteve próximo de ter seu retorno anunciado, mas uma divergência de datas ainda impede que o atleta e seus agentes fechem o negócio com a equipe assisense.

Questões referentes a salário já foram acertadas com Mark de maneira relativamente simples, tendo em vista que o jogador já manifestara o desejo de voltar à Assis antes mesmo do fim da participação de sua ex-equipe, Araraquara, no NBB3. Acontece que o armador quer se apresentar somente em julho, quando voltará dos EUA, mas a diretoria e a comissão técnica desejam ter o grupo completo trabalhando a partir da segunda quinzena de maio.


Já não bastasse o mal-estar causado pela volta do fantasma da crise política, a diretoria do Assis Basket ainda tem este dilema para resolver. Mark Borders jogou muita bola enquanto esteve em Assis, e é um jogador bastante visado por outras equipes para se dar ao luxo de adiar o desfecho de um acerto.


Sinceramente não sei qual é a melhor atitude a se tomar. Abrir mão de Borders pode significar ser refém de agentes mais uma vez, e fazer uma contratação equivocada como foi a de Rashad West, por exemplo. Mas começar os treinamentos sem uma peça fundamental como um armador é muito prejudicial para a equipe. A decisão é prá lá de difícil.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Assis Basket contrata Castellon

Mais uma vez utilizando o twitter, o Assis Basket anunciou a contratação de mais um jogador para a disputa da próxima temporada. O nome da vez é Rafael Castellon, ala de 26 que disputou a atual edição do NBB por Bauru após ter feito um bom campeonato estadual pela Metedista/São Bernardo em 2010.


As médias de Castellon não foram tão altas na equipe de Guerrinha. Foram 10 minutos de quadra por partida, 5.74 pontos e 1.96 rebotes nas 23 pelejas em que o jogador atuou pelo time bauruense.


A contratação de Castellon não se justifica pelos números de produção ofensiva, mas pelo bom defensor que é. O ala pode jogar na 2 ou na 3, e é um nome interessante para a realidade financeira de Assis.