Um grande armador nos tempos de atleta, e agora um técnico muito promissor. Liderando a série final do campeonato paulista por 1 a 0, Demétrius comanda o surpreendente e organizado time de Limeira.
O Gatilhaço entrevistou o "Dema", que também será responsável pela seleção masculina sub-17 .
Gatilhaço – Blogs, sites e imprensa especializada em geral são quase unânimes em apontar você como técnico revelação da temporada do basquete brasileiro. Como você vê esse tipo de análise?
Demétrius – Pode ser surpresa para muita gente por ser meu primeiro ano como técnico de um time adulto e já estar em uma final de campeonato paulista, mas eu acho que uma das coisas que me ajudou muito foi o fato de eu ter sempre jogado basquete. Isso facilitou minha relação com os jogadores.
Nós tivemos um começo difícil que foi a montagem do time, cada jogador vindo de um lugar e não conhecendo a filosofia e o ritmo que eu gostaria de implantar, não terem um jogo coletivo. Essas foram dificuldades grandes, mas os jogadores compraram a ideia de fazer algo diferente e hoje estamos colhendo os frutos de estar em uma final de campeonato paulista.
Gatilhaço – Limeira começou o campeonato com algumas dificuldades e até derrotas inesperadas, aí então você mexeu no time, no quinteto titular colocando dois armadores de ofício (Ramón e Tatu). Quando você percebeu que tinha que mudar e que o time encontrou sua filosofia de jogo?
Demétrius – Eu não gosto de falar em quinteto titular. Mas o time que começa jogando é muito rápido, com dois armadores pressionando o tempo inteiro. O diferencial foi a parte defensiva. Os jogadores entenderam que só defendendo a gente teria chance no paulista, marcando pressão quadra inteira. A gente tenta fazer com que o adversário não jogue na posição que eles gostam, tentamos sempre colocar o adversário jogando no improviso. Então, os dois primeiros meses foram para eu conhecer a melhor maneira de cada um jogar na sua posição.
Gatilhaço – Colocar os dois armadores e subir a defesa foi sua principal mudança para a melhora do time?
Demétirus – Essa foi uma das mudanças. É melhor para organizar mais o jogo, com isso o Ramón tem mais liberdade para decisões. O Tatu arma muito o jogo para finalizações do Ramón que tem um bom aproveitamento de 3 pontos.
Além disso, começamos a jogar com 4 abertos. Isso facilita o jogo para penetrações, para os cortes. Então, além do fato de jogar com dois armadores o fato de jogar com 4 ou até 5 abertos foi muito bom.
Gatilhaço – Como você faz um time jogar com 4 ou 5 jogadores abertos sem que o jogo vire uma “chutação” de 3 pontos tão comum no basquete brasileiro?
Demétrius – É porque cada um tenta encontrar o companheiro na melhor posição. Com 4 ou 5 abertos você tem espaço para corte, para fazer bandeja, para aproximar. Então a nossa situação para arremesso de 3 é que a gente trabalha a bola primeiro, tenta o corte, aí se tiver ajuda a gente busca o passe para um arremesso em melhores condições. É esse sistema que a gente procura implantar.
Gatilhaço – Como armador você não era um especialista em tiros de 3. Quais dos seus conceitos de jogador você trouxe para a carreira de técnico?
Demétrius – Minha característica maior era de organizar o jogo. Eu acho que eu não posso querer que meus jogadores pensem o jogo como eu pensava. Com isso eu posso travar meus atletas. Mas ao mesmo tempo eu tento mostrar algumas coisas. Alguns entendem mais a leitura do jogo, percebem o momento de passar uma bola, de chamar a jogada para um jogador que está bem na partida. Eu tento passar, mas não cobrar que eles façam como eu fazia. Entender isso foi uma grande evolução para mim.
Gatilhaço – Você foi assistente do Zanon e depois técnico do juvenil em Limeira. Qual foi a parte principal da sua formação como técnico?
Demétrius – Não foram só essas duas experiências. Minha formação foi durante a minha carreira com atleta. Sempre tive a característica de tentar buscar o que os melhores técnicos me proporcionaram. Eu tive o Lula Ferreira, Hélio Rubens, Carlão, Flávio Davis, Flor Melendez, Ary Vidal, Edvar Simões, Enio Vecchi como técnicos e eu sempre procurei buscar algo deles. Acho que minha carreira foi minha melhor escola.
O mais importante é saber como é seu time, a característica de cada jogador e aí tentar implantar uma filosofia.
Gatilhaço – A Seleção Masculina sub-17 ficou sob o seu comando. Como será seu planejamento particular para conciliar o trabalho com time adulto e as observações dos times sub-17?
Demétrius – Eu já sabia que ia ser técnico da sub-17 desde o começo de 2010. Desde então eu tenho acompanhado jogos da categoria. Eu recebo informações freqüentes dos técnicos da sub-15, da sub-14, como o André Germano, por exemplo. Todos eles me passam informações e eu também estou vendo jogos. Fui ver as finais do campeonato paulista, por exemplo. Isso está me deixando mais por dentro das características dos jogadores.
A gente tem um planejamento de várias etapas de treinamento até julho, quando será o sul-americano, e dentro das etapas teremos várias evoluções e eu acho que q gente pode fazer um bom trabalho.
Gatilhaço – Seu principal trunfo vai ser o fato de ter gente te ajudando nas observações para não te sobrecarregar?
Demétrius – Isso facilita, mas eu meu olhar é importante. Às vezes outro treinador não faz a avaliação da mesma forma, são treinadores competentes, mas cada um tem a sua característica. Então, eu tento estar mais presente possível para poder olhar e saber a maneira que eu vou lidar com os jogadores.
O Gatilhaço entrevistou o "Dema", que também será responsável pela seleção masculina sub-17 .
Gatilhaço – Blogs, sites e imprensa especializada em geral são quase unânimes em apontar você como técnico revelação da temporada do basquete brasileiro. Como você vê esse tipo de análise?
Demétrius – Pode ser surpresa para muita gente por ser meu primeiro ano como técnico de um time adulto e já estar em uma final de campeonato paulista, mas eu acho que uma das coisas que me ajudou muito foi o fato de eu ter sempre jogado basquete. Isso facilitou minha relação com os jogadores.
Nós tivemos um começo difícil que foi a montagem do time, cada jogador vindo de um lugar e não conhecendo a filosofia e o ritmo que eu gostaria de implantar, não terem um jogo coletivo. Essas foram dificuldades grandes, mas os jogadores compraram a ideia de fazer algo diferente e hoje estamos colhendo os frutos de estar em uma final de campeonato paulista.
Gatilhaço – Limeira começou o campeonato com algumas dificuldades e até derrotas inesperadas, aí então você mexeu no time, no quinteto titular colocando dois armadores de ofício (Ramón e Tatu). Quando você percebeu que tinha que mudar e que o time encontrou sua filosofia de jogo?
Demétrius – Eu não gosto de falar em quinteto titular. Mas o time que começa jogando é muito rápido, com dois armadores pressionando o tempo inteiro. O diferencial foi a parte defensiva. Os jogadores entenderam que só defendendo a gente teria chance no paulista, marcando pressão quadra inteira. A gente tenta fazer com que o adversário não jogue na posição que eles gostam, tentamos sempre colocar o adversário jogando no improviso. Então, os dois primeiros meses foram para eu conhecer a melhor maneira de cada um jogar na sua posição.
Gatilhaço – Colocar os dois armadores e subir a defesa foi sua principal mudança para a melhora do time?
Demétirus – Essa foi uma das mudanças. É melhor para organizar mais o jogo, com isso o Ramón tem mais liberdade para decisões. O Tatu arma muito o jogo para finalizações do Ramón que tem um bom aproveitamento de 3 pontos.
Além disso, começamos a jogar com 4 abertos. Isso facilita o jogo para penetrações, para os cortes. Então, além do fato de jogar com dois armadores o fato de jogar com 4 ou até 5 abertos foi muito bom.
Gatilhaço – Como você faz um time jogar com 4 ou 5 jogadores abertos sem que o jogo vire uma “chutação” de 3 pontos tão comum no basquete brasileiro?
Demétrius – É porque cada um tenta encontrar o companheiro na melhor posição. Com 4 ou 5 abertos você tem espaço para corte, para fazer bandeja, para aproximar. Então a nossa situação para arremesso de 3 é que a gente trabalha a bola primeiro, tenta o corte, aí se tiver ajuda a gente busca o passe para um arremesso em melhores condições. É esse sistema que a gente procura implantar.
Gatilhaço – Como armador você não era um especialista em tiros de 3. Quais dos seus conceitos de jogador você trouxe para a carreira de técnico?
Demétrius – Minha característica maior era de organizar o jogo. Eu acho que eu não posso querer que meus jogadores pensem o jogo como eu pensava. Com isso eu posso travar meus atletas. Mas ao mesmo tempo eu tento mostrar algumas coisas. Alguns entendem mais a leitura do jogo, percebem o momento de passar uma bola, de chamar a jogada para um jogador que está bem na partida. Eu tento passar, mas não cobrar que eles façam como eu fazia. Entender isso foi uma grande evolução para mim.
Gatilhaço – Você foi assistente do Zanon e depois técnico do juvenil em Limeira. Qual foi a parte principal da sua formação como técnico?
Demétrius – Não foram só essas duas experiências. Minha formação foi durante a minha carreira com atleta. Sempre tive a característica de tentar buscar o que os melhores técnicos me proporcionaram. Eu tive o Lula Ferreira, Hélio Rubens, Carlão, Flávio Davis, Flor Melendez, Ary Vidal, Edvar Simões, Enio Vecchi como técnicos e eu sempre procurei buscar algo deles. Acho que minha carreira foi minha melhor escola.
O mais importante é saber como é seu time, a característica de cada jogador e aí tentar implantar uma filosofia.
Gatilhaço – A Seleção Masculina sub-17 ficou sob o seu comando. Como será seu planejamento particular para conciliar o trabalho com time adulto e as observações dos times sub-17?
Demétrius – Eu já sabia que ia ser técnico da sub-17 desde o começo de 2010. Desde então eu tenho acompanhado jogos da categoria. Eu recebo informações freqüentes dos técnicos da sub-15, da sub-14, como o André Germano, por exemplo. Todos eles me passam informações e eu também estou vendo jogos. Fui ver as finais do campeonato paulista, por exemplo. Isso está me deixando mais por dentro das características dos jogadores.
A gente tem um planejamento de várias etapas de treinamento até julho, quando será o sul-americano, e dentro das etapas teremos várias evoluções e eu acho que q gente pode fazer um bom trabalho.
Gatilhaço – Seu principal trunfo vai ser o fato de ter gente te ajudando nas observações para não te sobrecarregar?
Demétrius – Isso facilita, mas eu meu olhar é importante. Às vezes outro treinador não faz a avaliação da mesma forma, são treinadores competentes, mas cada um tem a sua característica. Então, eu tento estar mais presente possível para poder olhar e saber a maneira que eu vou lidar com os jogadores.
Bela entrevista, parabéns!
ResponderExcluirAcompanhei a trajetória de Demétrius pelo Vasco e fico muito feliz em saber que ele está indo muito bem como técnico!!!
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