A edição do 1º aniversário da Revista ESPN elegeu os 50 maiores eportistas brasileiros em todos os tempos. Pelé foi hors-concours, Senna ficou em primeiro, Garrincha em segundo, e Adhemar Ferreira da Silva completou a trinca inicial.
Para felicidade da maioria dos basqueteiros, Wlamir Marques ficou na 9º colocação e foi definido pela revista como “o maior jogador brasileiro de basquete de todos os tempos”. Achei uma definição correta, apesar de não ter visto Wlamir jogar. A opinião se justifica pelos números, pela história, pelos títulos e pelos relatos. Assim como um jornalista de 25, 30 ou até 40 anos pode falar bem de Garrincha, mesmo sem ter assistido aos dribles do ex-botafoguense.
Na mesma edição da revista, o comentarista dos canais ESPN, Zé Boquinha, disse que Oscar Shmidt, eleito o 14º maior esportista brasileiro, era uma espécie de Denis Rodman daqui. Segundo Zé, “Rodman só sabia pegar rebote, Oscar só sabia chutar”.
Concordei com o que o ex-técnico de Oscar disse, levando em conta o que vi de atuações dele em Flamengo, Mackenzie, Corinthians e seleção brasileira. É claro que Oscar não era um jogador que ficava plantado em um lugar da quadra esperando a bola chegar nele para fazer o arremesso. Parece-me óbvio também que Zé Boquinha não quis dizer que ele não sabia fazer uma bandeja, efetuar uma finta, um drible, dar uma enterrada. O comentarista foi hiperbólico para definir o cestinha que teve como principal característica em toda a carreira o arremesso de longa distância.
Frases como estas são comuns no meio esportivo para a definição de características. Quem nunca ouviu que o Rivaldo só batia de esquerda? Não quer dizer que ele nunca fez um gol de perna direita. Quem nunca disse que é só deixar o Rondo chutar, já que ele tem um mau arremesso? Não quer dizer que ele nunca tenha feito uma bola de fora na vida.
Aconselhado pelo Fábio Balassiano, do Bala na Cesta, fui procurar vídeos do Oscar da época em que ele jogava na Itália. Realmente há lances de bandejas, algumas infiltrações e até enterradas. A maioria das belas imagens, porém, são de tiros de longa e média distância. Foi esse tipo de jogada que marcou a carreira de Oscar Schmidt, um jogador que não foi da importância de Wlamir e Amaury, mas também não foi qualquer um, como alguns tentam estabelecer.
Polêmicas lingüísticas à parte, se Oscar “só chutava” ele foi o melhor brasileiro em todos os tempos no quesito. Penso que isso não é pouco, assim como penso que - pelos relatos históricos – houve jogadores mais completos.
Perfeita a definição do Zé Boquinha!
ResponderExcluirExímio conhecedor do esporte que atua, um filósofo, quem em poucas palavras, expressa muita coisa.
Wlamir Marques em arremesso ficava atrás do Oscar, mas em todos os outros fundamentos era bastante superior.
Costumo dizer para meus atletas que se basquete fosse só força, O Mike Tyson era da NBA.Se fosse só Correr, o Bolt.
Basquete requer muitas valências físicas, psico-motoras. Mas fundamental mesmo é o raciocínio.
Oscar, em precisão de arremessos, o maior de todos os tempos!
Já em todos os outros fundamentos...Não o escolheria nem para meu time de pelada.